Lançamento OPIG

OPIG lança plataforma digital no 22º CONPEEX e fortalece a luta dos povos indígenas de Goiás

Atualizada em 07/11/25 14:15.

O lançamento contou com a presença de representantes indígenas, gestores institucionais e a comunidade acadêmica

Texto: Ênya Morais

Fotos: Evelyn Parreira

Lançamento OPIG

Lançamento do OPIG, dia 6 de novembro, no palco principal do 22º CONPEEX da UFG.

 

“Somos povos de resistência, da água, da luta. Fazer parte deste Observatório é estar à frente da defesa do nosso povo”. Frase dita por Adriana Beluá, representante do povo Iny Karajá e servidora do Tribunal de Justiça de Goiás, sintetiza o tom do lançamento da plataforma digital do Observatório dos Povos Indígenas de Goiás (OPIG), na última quinta-feira, 6 de novembro, durante o  22º Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão (CONPEEX). O evento reuniu representantes indígenas, gestores institucionais e da comunidade acadêmica no palco principal do Congresso.

 

Vinculado ao Museu Antropológico (MA/UFG) e à Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI/UFG), o OPIG atua como um espaço de escuta, diálogo e articulação entre a Universidade e as comunidades indígenas de Goiás Iny-Karajá, Ãwa-Canoeiro e Tapuia do Carretão. Em parceria com a Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (Fundação RTVE) e financiamento da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC), a plataforma é um novo instrumento voltado ao monitoramento, documentação e acolhimento de denúncias sobre violações de direitos dos povos indígenas.

 

O lançamento marca a consolidação de uma iniciativa construída coletivamente, que nasce do compromisso de fortalecer a causa indígena e ampliar sua presença nos espaços de decisão. O Coordenador-geral do OPIG, Pedro Wilson, abriu o evento e destacou o papel simbólico e prático da nova ferramenta. “Celebramos os povos indígenas que constituem os territórios de Goiás e o lançamento desta plataforma, que vem potencializar as vozes indígenas e fortalecer a luta por seus direitos”.

 

Lançamento OPIG 10 Pedro Wilson, Coordenador-geral do OPIG.

 

O Diretor do Museu Antropológico da UFG, Professor Manuel Ferreira Lima Filho, reafirmou um compromisso histórico, com a memória viva, com os direitos humanos, com as formas de conhecimento ancestral, com o Cerrado como casa-mãe. “O OPIG nasce da escuta e da presença. Ele não é um projeto sobre os povos indígenas — ele é um espaço construído com eles, em diálogo, reciprocidade e responsabilidade mútua”. A Pró-reitora de Pesquisa e Inovação (PRPI), professora Helena Carasek, ressaltou o comprometimento institucional da Universidade com as pautas indígenas. “Agradeço pelo trabalho e iniciativa que tem muito a contribuir com a causa indígena”.

 

Lançamento OPIG 3

Professor Manuel Ferreira Lima Filho, Diretor do Museu Antropológico da UFG.

 

 

Presença indígena

 

Entre os momentos mais emocionantes do lançamento, o Professor da UFG Albertino Adiurema Karajá, lembrou que a parceria com o OPIG representa um novo tempo de apoio e reconhecimento: “Estávamos precisando de uma iniciativa como essa, porque não estávamos tendo apoio em Goiás”, pondera. Adiurema afirmou que a ideia do Observatório foi levada às lideranças Iny e apoiada. “O OPIG se tornou um grande parceiro da nossa aldeia, e a gente agradece muito”.

 

Lançamento OPIG 5 Professor da UFG Albertino Adiurema Karajá.

 

A professora Eunice Tapuia, da etnia Tapuia do Carretão e primeira professora indígena da UFG, emocionou o público ao falar sobre o papel do Observatório como elo entre os povos indígenas e as instituições públicas. “Mesmo próximos de Brasília, não conseguimos acessar nossos direitos por falta de parcerias efetivas”, destaca. Ela disse ainda que espera que o OPIG seja um importante parceiro, junto ao Ministério Público, à Funai e à outras instituições. “Caminhamos juntos, somos povos da coletividade, e queremos que o OPIG venha somar nesta luta”, concluiu.

 

Lançamento OPIG 4 Primeira professora indígena da UFG Eunice Tapuia.

 

A integrante do OPIG e representante indígena Adriana Beluá, expressou o sentimento de pertencimento e resistência em relação ao Observatório. “Hoje é um dia muito importante para nós, povos indígenas de Goiás. O OPIG é um parceiro fundamental na promoção dos nossos direitos”. Adriana pontuou que os povos indígenas de Goiás serem acolhidos é profundamente significativo. “Hoje vejo  o quanto estamos avançando lado a lado com aqueles que realmente respeitam a nossa cultura”, comemorou.

 

Lançamento OPIG 6 Integrante do OPIG e representante indígena Adriana Beluá.

 

Encerrando as falas da galeria de honra deste evento, a Reitora da UFG, Professora Angelita Pereira Lima, relembrou que a ideia do Observatório surgiu a partir do Professor e Vice-reitor Jesiel Carvalho e destacou a força do trabalho coletivo que o tornou realidade. “Hoje celebramos o esforço das lideranças corajosas e comprometidas. A plataforma digital é um grande instrumento de monitoramento, documentação e diálogo. É por meio dela que o Observatório atuará em defesa dos povos indígenas.”

 

Lançamento OPIG 7 Reitora da UFG, Professora Angelita Pereira Lima.

 

Apresentação da plataforma digital 

 

O lançamento foi concluído com a apresentação do site oficial do OPIG, agora disponível ao público. Lucas Yabagata, antropólogo e responsável pelo acervo digital do site, e a estágiária do OPIG, Erica Bororo mostraram as principais funcionalidades da nova plataforma. Lucas destacou que a construção do site é resultado de um trabalho coletivo que reúne diferentes áreas e expertises da equipe. Além disso, há ainda a seção de parcerias institucionais como o Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Goiás e o Ministério dos Povos Indígenas. Érica apresentou as páginas dedicadas aos três povos indígenas de Goiás, Iny-Karajá, Ãwa-Canoeiro e Tapuia do Carretão com informações sobre verbetes indígenas, mapas territoriais, galeria de imagens e acervo próprio do OPIG e do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA/PUC-GO).

 

Lançamento OPIG 8 Lucas Yabagata, antropólogo e responsável pelo acervo digital do site, e a estágiária do OPIG, Erica Bororo.

 

Canal de denúncias

 

A plataforma se estabelece como um instrumento vivo de articulação, visibilidade e defesa dos direitos dos povos indígenas de Goiás. Para tanto, o  sistema de recebimento de denúncias é uma das inovações do site que também foi apresentada. As denúncias poderão ser feitas por meio de um formulário eletrônico seguro, que garante o anonimato do denunciante. Após o envio, o usuário receberá um número de protocolo para acompanhar o andamento do processo. Internamente, as denúncias serão analisadas por um comitê do OPIG, responsável por avaliar e encaminhar os casos aos órgãos competentes. O site também disponibilizará manuais explicativos e uma descrição detalhada do percurso de cada denúncia, assegurando transparência e confiança no processo.

 

           Acesse a nova plataforma digital do OPIG: www.opig.ufg.br

 

Galeria de fotografias

Fonte: Assessoria de Imprensa OPIG

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