Aniversário de Goiânia

Goiânia celebra 92 anos de fundação

Mise à jour 24/10/25 19:56.

Museu Antropológico da UFG destaca importância de seu acervo documental na preservação da memória da cidade

Texto: Leandro Davi Guimarães


Hoje a nossa cidade de Goiânia completa 92 anos. Foi em dezembro de 1932, através do decreto nº 2.737, que a comissão para escolher o local da nova capital foi nomeada. No decorrer dos trabalhos, esta comissão acabou definindo os arredores da cidade de Campinas para abrigar a cidade. Em 1933, Pedro Ludovico Teixeira lançou a pedra fundamental onde hoje situa-se a praça cívica e no dia 6 de julho do mesmo ano, através do Decreto 3.547, foi nomeado e firmado o contrato com o arquiteto Attílio Corrêa Lima, para desenvolver o projeto original da cidade, entregue em janeiro de 1935.


O nome da nova capital – Goiânia – foi oficialmente instituído em 02 de agosto de 1935, através do Decreto nº 327, publicado no Correio Oficial. O mesmo decreto constituiu o município de Goiânia, fundindo a ele os municípios de Campinas, Hidrolândia e parte dos territórios de Anápolis, Bela Vista e Trindade.
Apesar de a construção ter se iniciado nos anos seguintes, foi instituída a data de 24 de outubro de 1933 para celebrar o ‘nascimento’ de Goiânia. Em julho de 1942, as celebrações do Batismo Cultural de Goiânia representaram o sucesso no desafio de se construir uma cidade no centro do Brasil, mas a data original já estava consolidada na identidade da nova capital e na mentalidade dos goianienses.


O Museu Antropológico da UFG, atualmente com 55 anos, já companha mais da metade dessa história, em essência dedicado a outras histórias anteriores e ancestrais deste lugar – que costumamos definir como território. Diversos antropólogos, sertanistas, indigenistas e etnógrafos se estabeleceram ou, ao menos, conheceram e escreveram sobre Goiânia: nomes como Claude Lévi-Strauss, Irmhild Wüst, Carlos Rodrigues Brandão, Jesco Von Putkamer, Adrian Cowell. Por muito tempo, Goiânia serviu como entreposto nas pesquisas que buscavam compreender os povos originários deste território.


Entretanto, muito também contribuímos com a historiografia goianiense, na Reserva Técnica Documental do museu, salvaguardamos e difundimos, como parte do acervo, a Coleção Ewald Janssen. Originalmente composta como arquivo pessoal de um engenheiro topógrafo alemão, que muito colaborou com o desenvolvimento urbano da cidade a partir da década de 1950, essa coleção preenche uma importante lacuna documental da cidade.


O engenheiro alemão também era aviador e veio para Goiânia após a Segunda Guerra Mundial. Apesar de muitas conjecturas, ele não atuou militarmente na guerra; suas funções na Alemanha eram dedicadas à construção de infraestruturas como estradas e pontes. Janssen entrou legalmente no Brasil e veio para Goiás através da indicação de Werner Sonnemberg – outro alemão atuante na construção de Goiânia desde a primeira década da cidade.


Os documentos da Coleção Ewald Janssen já serviram de fontes documentais para diversas pesquisas acadêmicas, inclusive, compondo entre as principais referências da obra Goiânia: Uma Modernidade Possível, de Alexandre Ribeiro Gonçalves. Organizada e estruturada no acervo do Museu, a coleção segue contribuindo na forma como buscamos compreender a cidade.


Goiânia, ao se aproximar do centenário, nos confere o lugar ao qual pertencemos, nos identificamos, nos abrigamos e amamos.

Source: Coordenação de Intercâmbio Cultural

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