FOTO OPIG MPF Pós-reunião

Observatório dos Povos Indígenas de Goiás apresenta proposta de cooperação ao MPF

Atualizada em 18/09/25 10:21.

Objetivo da reunião foi abrir diálogo institucional na defesa dos direitos dos povos indígenas

FOTO OPIG MPF Pós-reunião

Mayalu Karaja, Henrique Cavalcante, Manuel Ferreira Lima Filho, José Ricardo Teixeira Alves, Valdirene Leão Gomes Cruz, Ailton Benedito de Souza, Clauderice Uassuri, Pedro Wilson, Epitácio Santos Silva, Rosani Moreira Leitão, Raphael Cardoso, Eunice Tapuia, Gean Carlo da Silva, João Lúcio, Adriana Wassuri, Diego Mendes e Luana Costa Silva, equipe do Observatório dos Povos Indígenas de Goiás e Procuradores do MPF. Foto: Ênya Morais MA/UFG



Texto: Ênya Morais 

Na última segunda-feira, 15 de setembro, o Observatório dos Povos Indígenas de Goiás (OPIG), vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), esteve em reunião  no Ministério Público Federal (MPF), em Goiânia, para apresentar sua atuação e solicitar apoio institucional na defesa dos direitos dos povos indígenas. O encontro contou com a presença do Dr. José Ricardo Teixeira Alves, representante em Goiás da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, do procurador da República Dr. Ailton Benedito de Souza, titular do 3º Ofício da Procuradoria da República em Goiás (PRGO), além da equipe do OPIG e lideranças indígenas, a cacica Valdirene Leão Gomes Cruz, da etnia Iny-Karajá e Eunice Pirkodi Caetano Moraes Tapuia, representando o povo Tapuia do Carretão.

 

Na ocasião, o diretor do Museu Antropológico (MA) da UFG, professor Manuel Ferreira Lima Filho, apresentou o projeto “Observatório dos Povos Indígenas de (em) Goiás: Direitos Humanos, Saberes do Cerrado e Inclusão Social”,  em parceria com a Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (Fundação RTVE) e financiamento da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC). “O Observatório tem como foco principal assegurar a visibilidade e proteção dos direitos dos povos indígenas, atuar como elo entre comunidades indígenas, sociedade civil e instituições públicas”, pontua Manuel. Ele solicitou que o MPF estabeleça um canal de comunicação com o Observatório para encaminhamento de demandas relacionadas à saúde, educação, território, denúncias de ameaças e violações de direitos, além de propor uma parceria que facilite o acesso a outros Órgãos públicos. Também foi sugerida uma visita in loco à comunidade Avá-Canoeiro.

 

O professor e sociólogo Pedro Wilson, um dos coordenadores do projeto, reforçou que a defesa das questões indígenas também é uma luta política vinculada ao território.  E que o MPF pode juntar poder, voz e força para ressaltar a importância do trabalho. Em resposta, o Dr. José Ricardo destacou que o MPF tem a atribuição institucional de zelar pelos direitos indígenas. “Vejo como algo positivo e alvissareiro. Melhorar, aprimorar e garantir os direitos humanos dos povos indígenas”, disse.

 

O procurador Ailton Benedito compartilhou experiências anteriores com os povos Avá-Canoeiro e Tapuia, ao ressaltar sua disposição em estabelecer diálogo com o Observatório. Oportunidade para esclarecimento de que, em Goiás, as demandas indígenas são divididas entre quatro ofícios da Procuradoria, cabendo à unidade de Anápolis responder pelos povos Tapuia e Avá-Canoeiro.

 

FOTO OPIG MPF Reunião
Reunião que aconteceu no último dia 15, no MPF, para apresentação do Observatório dos Povos Indígenas aos procuradores da República deste Ministério. Foto: João Pimentel MPF

 

As lideranças indígenas também participaram ativamente da reunião. A Cacica Valdirene Karajá convidou os procuradores para uma reunião no território Karajá, e destacou os desafios enfrentados pelas comunidades em relação à pesca, caça e violações territoriais. Já Eunice Tapuia relatou a destruição das urnas funerárias do povo Tapuia do Carretão, a ausência de parcerias e a dificuldade de acesso a direitos básicos para mulheres indígenas, além de reivindicar maior inclusão em editais culturais e concursos públicos.

 

O MPF solicitou que todas as questões apresentadas sejam consolidadas em um relatório e encaminhadas formalmente, a fim de subsidiar uma audiência com o Procurador da República do município de Anápolis, Dr. Lucas Daniel Chaves de Freitas. O professor e psicólogo Raphael Moura Cardoso também apresentou o eixo infanto-juvenil do Observatório, que busca a criação de políticas públicas voltadas à educação, saúde, cultura e lazer para crianças e jovens indígenas.

 

Como encaminhamento, o Dr. José Ricardo estabeleceu o prazo de 30 dias, até 15 de outubro, para que a UFG apresente uma proposta formal de termo de cooperação entre o MPF e o OPIG. Foi sugerida ainda a integração do Observatório ao comitê técnico do MPF, que já conta com a participação do Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (LAPIG) da UFG. “Os canais precisam chegar aos destinatários e aprimorar o acesso aos indígenas aldeados”, concluiu o procurador.

Fonte: Coordenação Administrativa do MA

Categorias: Notícias capa