Bolsistas OPIG

Bolsistas indígenas iniciam atividades no Observatório dos Povos Indígenas de Goiás

Atualizada em 19/08/25 09:28.

Érica Jussara Uturago Paradureudo, do povo Boe Bororo, e Glauber Iesoru Masion Karajá, do povo Iny Karajá, foram selecionados para atuar como bolsistas de graduação

Texto: Ênya Morais

Dois estudantes indígenas foram selecionados para atuar como bolsistas de graduação no Observatório dos Povos Indígenas de Goiás (OPIG), iniciativa do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (MA/UFG) em parceria com a Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (Fundação RTVE) e financiamento da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC).

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Glauber Karajá e Érica Paradureudo

 

Os selecionados são Érica Jussara Uturago Paradureudo, do povo Boe Bororo, estudante de Biblioteconomia na UFG, e Glauber Iesoru Masion Karajá, do povo Iny Karajá, graduando em Administração. O processo seletivo foi realizado entre 12 de junho e 7 de julho, com prioridade para candidatos indígenas das etnias Iny Karajá, Tapuia e Avá-Canoeiro.

Os novos bolsistas já iniciaram suas atividades no OPIG, onde irão desenvolver pesquisas bibliográficas e documentais sobre os povos indígenas de Goiás e do Brasil, além de atuar no mapeamento e sistematização de informações, organização de documentação e elaboração de relatórios.

Érica Jussara Uturago Paradureudo, do povo Boe Bororo e vinda da Aldeia Meruri, no Mato Grosso, está em seu primeiro estágio acadêmico. A estudante de Biblioteconomia na UFG destaca que pretende compartilhar com sua comunidade os conhecimentos adquiridos durante a experiência e, no futuro, ingressar no mestrado da instituição. “Estou achando muito rico, tanto por adquirir novos conhecimentos técnicos quanto por colocar em prática os conceitos aprendidos no curso de Biblioteconomia”, afirma, ao ressaltar a satisfação em iniciar essa nova etapa de sua formação.

Já Glauber Iesoru Masion Karajá tem passagens por órgãos como a Secretaria de Inclusão da UFG (SIN/UFG), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ/GO) e a Secretaria de Estado de Administração de Goiás (Sead/GO). O estudante destaca que sempre teve o desejo de atuar no Museu Antropológico e, assim como Érica, demonstra entusiasmo em pesquisar sobre os povos indígenas. “Quando recebi a notícia do estágio, fiquei muito feliz. Falar sobre nossos povos, fazer pesquisas, é sempre muito bom. Sempre é bom falar daquilo que você tem o conhecimento”, conclui.

Segundo a Direção do Museu Antropológico, a participação de estudantes indígenas no projeto fortalece a inclusão, a representatividade e garante uma abordagem mais próxima das realidades e demandas das comunidades. “Mais do que uma oportunidade de estágio, trata-se de um espaço de formação cidadã e de fortalecimento da presença indígena nos debates sobre políticas públicas, cultura e direitos”, destacou o Prof. Manuel Ferreira Lima Filho, Coordenador do Projeto e Diretor do MA/UFG.

Fonte: Observatório dos Povos Indígenas de Goiás

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