Senhoras do Cerrado

Projeto de Extensão “Viver em cena” e Senhoras do Cerrado apresentam Auto de Natal

Updated at 12/27/24 11:09 .

Espetáculo com mulheres de 60 a 95 anos é símbolo de esperança e superação

Texto e Fotos: João Lúcio

 

Na noite de quinta-feira (19/12/2024), o projeto de extensão “Viver em Cena”, do Museu Antropológico (MA) em parceria com a Companhia de Teatro Senhoras do Cerrado, apresentou o Auto de Natal intitulado “Resiliência e Esperança”. A peça foi encenada no Teatro Asklepiós da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

Dirigido pelo professor Wadson Arantes Gama, com assistência de direção de Adelino Adilson de Carvalho e produção de Tereza Cristina de Carvalho e Rossana Klippel de Souza José, o espetáculo conta com um elenco de dezoito mulheres de 60 a 95 anos de idade, e a participação especial do ator convidado Sr. Antônio, de 92 anos. "O Auto de Natal foi uma celebração de resiliência e esperança, abordando temas que são essenciais no contexto atual, como o respeito às diferenças, a valorização do feminino e a luta contra a violência em suas diversas formas”, explica o professor Wadson Gama.

Segundo o diretor, o espetáculo uniu referências culturais marcantes, como o reizado goiano, músicas de Teca Calazans e Juraildes da Cruz, além de trazer escritos de mulheres inspiradoras, como Cora Coralina e Clarice Lispector, para refletir sobre a importância do protagonismo das mulheres em todas as fases da vida, especialmente na maturidade. “Foi um convite ao público para ressignificar o Natal como um momento de conscientização e transformação social”, reforça Wadson.

 

Auto de Natal 1
Cena do espetáculo Auto de Natal - Resiliência e Esperança

 

Viver em Cena

O Auto de Natal foi o último espetáculo do ano encenado pelo grupo Senhoras do Cerrado por meio do projeto de extensão “Viver em Cena”, do Museu Antropológico. Para o coordenador do projeto, Adelino Carvalho, o objetivo é unir teatro, psicologia e memória como ferramentas de transformação pessoal e social.

“O projeto destina-se principalmente às mulheres acima de 60 anos, com interesse em desenvolver suas habilidades artísticas e refletir sobre o envelhecimento de forma crítica”, destaca Adelino.

O coordenador enfatiza que o projeto busca sensibilizar a sociedade para o enfrentamento dos preconceitos relacionados à velhice, promovendo a inclusão e a dignidade dessas mulheres “normalmente esquecidas pelas políticas públicas, pela sociedade e pela própria família”, ressalta Adelino.

 

Adelino Auto de Natal
Adelino Carvalho ao centro e parte do elenco da Cia de Teatro Senhoras do Cerrado

 

Senhoras do Cerrado

A vice-coordenadora do projeto, também vice-diretora do Museu Antropológico, Rossana Klippel de Souza José, destaca a importância do projeto de extensão e do grupo Senhoras do Cerrado para o Museu Antropológico, o qual deve ser recebido pela sociedade como um espaço democrático, lugar de diversos públicos, território das mais variadas expressões e, principalmente, um local de inclusão, de preservação da memória.

No mesmo sentido, o coordenador Adelino explica que, além dos ensaios e das apresentações, o projeto tem como objetivo principal possibilitar a emancipação e o desenvolvimento das mulheres idosas participantes, proporcionando momentos de valorização de suas histórias e vivências.

“A frase final, que encerra o espetáculo diz mais para nós do que para elas mesmas: ‘Enxergue a força da experiência’. Somos um povo sem passado? Não. Temos um passado, um presente e o futuro dependerá de como enxergamos essa dicotomia”, conclui Adelino.

 

Rossana Auto de Natal
Rossana Klippel e Wadson Arantes Gama

 

Senhoras do Cerrado
Cia de Teatro Senhoras do Cerrado

 

Público Auto de Natal
Público do espetáculo Auto de Natal - Resiliência e Esperança

 

 

Source: Coordenação de Intercâmbio Cultural (CIC/MA)

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