Homenagem à Wüst

Museu Antropológico presta homenagem à Irmhild Wüst

Mise à jour 04/12/18 10:40.

Irmhild Wüst foi professora, arqueóloga e pesquisadora. Destacou-se pela notável atuação na pesquisa, docência e formação de discentes no campo da Arqueologia.

 

Foto: PUC-GO/IGPA Texto: Manuel Ferreira Lima Filho

 

 

Homenagem à Wüst

Irmhild Wüst em registro histórico.

O Conselho Diretor do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás presta homenagem à Professora Irmhild Wüst que passa a dar nome à sala de Exposição Temporária.  Wüst   foi professora titular da Universidade e além da docência nas Ciências Sociais, na área da Arqueologia, conduzia projetos de pesquisas arqueológicas no Museu. Por meio do trabalho, a pesquisadora teve projeção nacional e formou vários arqueólogos com incentivo a estágios profissionais.

Irmhild, que era alemã, chegou ao Brasil na década de 1960  como membro de uma ordem religiosa. Atuou nos movimentos sociais de base popular quando ingressou na, então, Universidade Católica de Goiás, atual PUC-GO. Graduou-se em Serviço Social no ano de 1973, cursou especialização em Antropologia das Sociedades Complexas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1976). O mestrado em Ciência Social (Antropologia) foi em 1983 quando defendeu a dissertação “Padrões de Assentamento de Horticultores pré-coloniais em uma área do Mato Grosso de Goiás”, sob a orientação de Upiano T. Bezerra de Meneses na Universidade de São Paulo (USP). Nessa mesma instituição recebeu o título de doutora em Antropologia Social no de 1991 ao defender a tese “Continuidade e Mudança - para uma interpretação dos grupos ceramistas pré-coloniais na Bacia do Rio Vermelho, Mato Grosso”, com orientação de  Renate B. Viertler. 

No Conselho Diretor do Museu Antropológico, o curador das coleções arqueológicas, Coordenador do Setor de Antropologia e Vice-diretor da instituição, Diego Teixeira Mendes, deu o seguinte depoimento:

“O trabalho da Professora Irmhild Wüst com sítios de Aldeias Bororo era a maior referência no tema. Apesar da minha formação francesa, as pesquisas daquela alemã radicada no Brasil havia causado um impacto imenso na minha forma de pensar arqueologia. Sim, era possível sair das descrições intermináveis e enfadonhas de peças arqueológicas. Sim, era possível interpretar os sítios arqueológicos como verdadeiros espaços de ocupação humana, como lugares que contam histórias sobre as pessoas. Sim, era possível estabelecer conexões entre as pessoas do presente e do passado. Tudo isso, sem perder o extremo rigor com os dados, o compromisso com a ciência. Sou aspirante a etnoarqueólogo, e é no trabalho de Irmhild Wüst que busco auspício. Assim como ela, eu não sou de Goiânia mas aqui me encontrei. Também iniciei minha vida acadêmica na PUC-GO. Na prova do concurso para o cargo de arqueólogo do Museu Antropológico da UFG que, hoje, ocupo uma questão solicitava algo como: “elabore uma proposta de curadoria e exposição  com as coleções provindas do trabalho de Wüst com a arqueologia Bororo do Mato Grosso”. Ela, assim, estava novamente no meu caminho profissional”, afirma.

Dessa forma, o Museu Antropológico ao se inspirar na trajetória profissional da professora Irmhild  faz votos de que a Sala de Exposição Temporária Irmhild Wüst seja palco de democracia, diversidade étnica e cultural e, acima de tudo, de muita arqueologia e histórias indígenas.